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Tradição, Família e Propriedade (TFP): as idiossincrasias de um movimento católico no Brasil (1960-1995)

Autora: Gizele Zanotto
Pág.: 332
Edição: 1ª
Formato: 14x21cm
Idioma: Português

(1ª edição - livro em papel)
Lançamento: 2012
ISBN: 9788582000069

(2ª edição - e-book/PDF)
Lançamento: 2022
ISBN: 9786589009238

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Texto de contracapa

O grande presente deste livro é nos fazer penetrar na plenitude de um imaginário social, que situa e explica o fenômeno que ele apresenta: a Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade. Um imaginário que, a partir do Brasil e pretendendo abarcar o mundo, vai amoldar olhares, exigir convicções, comandar atitudes, construir identidades. Determinar e tornar exclusivo um caminho de salvação.

É por isso que o percebemos aqui paradoxalmente metido na labilidade do espaço e do tempo: espaço plural da Católica, no qual ele transita de uma identidade de movimento de igreja, próximo a versões tradicionais da ortodoxia, para a estreiteza solta de uma seita; e tempo de nossa história, que ele pretende militantemente levar adiante, com os instrumentos do presente, mas com a meta de absolutisar, nos seus valores e até em muitas de suas formas, um passado que a modernidade se dá por tarefa abolir.

Por isso, também se reveste de tantas aporias, ambivalências e ambiguidades. Que irão culminar – último traço definidor e ponto de chegada da lógica sectária, pelo menos quanto ao período coberto pelo estudo – no estreitamento progressivo das lealdades e na transferência das relações com as figuras essenciais do cristianismo para a relação com o Dr Plínio, "catolicismo em pessoa", e sua mãe.

Uma história bem contada, com uma releitura dos conceitos essenciais das ciências sociais das instituições, especialmente religiosas.

Dr. Pierre Sanchis
UFMG

Texto de orelha

Os estudos sobre o conservadorismo católico no Brasil recebem grande contribuição com os resultados das investigações apresentados neste livro pela historiadora Gizele Zanotto.

O texto adentra no "integrismo" brasileiro, permitindo-nos compreender os principais elementos das concepções religiosas do maior representante desta sensibilidade no país: a Tradição, Família e Propriedade (TFP).

Analisando a TFP a partir de sua auto-compreensão, Zanotto visa compreender as alterações e cristalizações na doutrina defendida e na vivência de seus membros.

O livro nos oferece uma oportunidade para adentrarmos, levados pela atenção e rigor metodológico de Gizele Zanotto, pelos caminhos das crenças e convicções deste que é um dos grupos mais atuantes do catolicismo brasileiro do século XX.

Dr. Rodrigo Coppe Caldeira
PUC Minas

 

Prefácio

É com grande satisfação que escrevo essa despretensiosa apresentação ao livro de Gizele Zanotto. Contudo, penso que o texto fala por si próprio e prescinde de quaisquer palavras prévias. Trata-se de uma contribuição extremamente original e séria ao estudo, tanto do catolicismo brasileiro, quanto da história política contemporânea.

Escrever sobre a temática escolhida por Gizele não é tarefa fácil. É um exercício historiográfico no qual se intercruzam a história política e a história das religiões, além das suas explícitas interfaces com a história do tempo presente. Assim, o trabalho que Gizele enfrentou com maestria acenou para uma complexidade empírica e teórica impressionante. O assunto não era óbvio e, consequentemente, sua forma de abordagem, as indagações que a autora fez à documentação acompanharam esse caráter peculiar e inovador. Os atores e acontecimentos eram muito recentes, as transformações apresentadas por seu objeto de estudo, a Sociedade Brasileira em Defesa da Tradição Família e Propriedade (TFP), adquiriam uma feição dramática na contemporaneidade da igreja católica, igualmente permeada por inflexões internas capazes de finalmente, em um tempo que extrapola o presente estudo, articular plenamente a TFP ao universo eclesial. Por outro lado, a partir da morte de Plínio Correa de Oliveira, a organização apresentava um caráter implosivo. Que futuro estaria reservado a uma TFP cindida, marcada por disputas jurídicas e por dissidências? Certos personagens a ela ligados pareciam emergir, reconhecidos pela hierarquia eclesial, num processo não pensado há algumas décadas; num papel importante que se chocava com a lateralidade, para não dizer a marginalidade apresentada pela organização em tempos pós-conciliares. Foi o caso do hoje Monsenhor João Clá Dias, igualmente cônego honorário da Basílica Papal de Santa Maria Maggiore, fundador dos Arautos do Evangelho e figura chave para a compreensão das disputas que sucederam à morte de Plínio Correa de Oliveira. Mas tudo isso ainda era um futuro não previsível no ano de 1995, por ocasião do falecimento de Plínio Correa de Oliveira e marco temporal escolhido muito propriamente pela autora para o término de suas pesquisas. Sem dúvida, o presente estudo deveria parar na morte do fundador. Mostrando o extremo personalismo da organização, a autora soube fugir de um enfoque por demais ligado ao biográfico. Plínio Correa de Oliveira aparece sim como protagonista indiscutível na narrativa, mas sempre remetendo a um contexto maior, seja o eclesial, seja o organizacional, interno da instituição que fundou.

Em um momento em que a Igreja Católica, sob os dois últimos pontificados claramente desencorajou as rupturas e apostou no que passou a ser identificado como a "hermenêutica da continuidade", em se tratando da interpretação do Concílio Vaticano II, um trabalho como este traz uma contribuição inestimável à compreensão do catolicismo contemporâneo. Embora restrito ao Brasil, este trabalho acena para realidades que o extrapolam e colabora na intelecção da igreja católica e sua inserção no mundo moderno.

Por outro lado, não poderia passar esta oportunidade sem tecer algumas considerações sobre a autora. Conheci Gizele ainda no seu curso de graduação na Universidade Federal de Santa Catarina e a primeira impressão que dela tive só confirmou-se com o passar dos anos, desde a sua iniciação científica ao seu mestrado e doutorado, os quais todos tive a felicidade de orientar. Tarefa agradabilíssima quando estamos frente ao profissionalismo e competência de alguém como Gizele. Desde o início impactou-me a extraordinária vontade de acertar que vinha da sua pessoa, bem como a coragem em encarar uma pesquisa, que pela sua originalidade, longe estava de fazer eco, naquela oportunidade, às temáticas mais em voga e que se repetiam em tantas reuniões científicas e trabalhos terminais, tanto de graduação quanto de pós-graduação. Como anteriormente referido, os anos confirmaram o que a minha experiência captou desde o momento em que a conheci: uma profissional séria e talentosa, voltada a seus compromissos profissionais, ao que Marc Bloch referia-se como "le métier d'historien". Comprometida ao mesmo tempo com seus sentimentos, qualidade imprescindível para pensar-se a dimensão humana da história e a dimensão histórica do ser humano.

Dr. Artur Cesar Isaia
Florianópolis, primavera de 2012

Apresentação

Há muito trabalhamos sobre a temática da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP) por considerá-la um movimento importante para a compreensão da própria história recente do país. Grupos e movimentos de direita têm sofrido (ainda) certa resistência por parte da academia, seja por modismos temáticos, seja por opções políticas específicas. Optamos por estudar um grupo conservador, confessional católico e extremamente polêmico. Optamos pela consideração de que a análise de um contexto histórico deve incidir na observação de todas as forças em atuação. Optamos por observar a TFP e o que esta representa para si e para amplos setores sociais que comungam de muitos elementos defendidos pelos tefepistas. Optamos pela complexidade – julgue o leitor se esta foi ou não realizada ao fim da leitura.

Ainda há que destacar que o texto ora apresentado é historicamente datado. Trata-se basicamente de uma versão redigida em 2007, após a banca pública que contou com observações pontuais (já adidas ao texto) dos professores Pierre Sanchis (Antropologia/UFMG), Carmencita de Holleben Mello Ditzel (História/UEPG), Ricardo Silva (Ciências Sociais/UFSC) e Maria de Fátima Fontes Piazza (História/UFSC), aos quais sou extremamente grata. Esta opção pela não atualização dos dados deriva, sobretudo, do entendimento de que a tese então apresentada continua atual em seu conteúdo – o que é corroborado pela avaliação das produções posteriores de estudiosos da temática.

A autora
Passo Fundo, inverno de 2012

Sumário

Agradecimentos / 7
Prefácio / 9
Apresentação / 13
Introdução / 17

Capítulo I.
A TFP e o catolicismo brasileiro / 37

1.1.  TFP: expoente do integrismo católico no Brasil / 63
1.2.  A exaltação de uma tradição construída / 72
1.3.  Escala de análise: o “campo católico brasileiro” / 78
1.4.  A inserção tefepista na pluralidade do universo católico
brasileiro / 84

Capítulo II.
A TFP no cenário político-cultural brasileiro / 95

2.1.  Dogmática tefepista / 110
2.1.1.  História e tradição  / 119
2.1.2.  Preconceito e razão  / 125
2.1.3.  Autoridade e poder  / 130
2.1.4.  Liberdade e desigualdade / 137
2.1.5.  Propriedade e vida / 146
2.1.6.  Religião e moralidade / 156
2.2.  A TFP no cenário nacional / 163

Capítulo III.
Estrutura interna, acesso à doutrina e mística
tefepista  / 193

3.1.  Processo seletivo e revelação doutrinária / 193
3.2.  A mística tefepista / 232
3.2.1 . O carisma profético de Plínio Corrêa de Oliveira / 232
3.2.2.  “O reino feliz dos tempos finais”: Elementos escatológicos e
milenaristas na TFP / 250
3.3.  Ritos e ensinamentos / 269
3.3.1 . Regras e práticas religiosas / 269
3.3.2 . A liturgia interna / 283

Considerações finais / 295

Referências / 299
Fontes / 299
Fontes na internet / 303
Fontes – cartas e manifestos / 304
Fontes – entrevistas e reportagens / 304
Fontes oficiais e judiciais / 306
Fontes em periódicos / 306
Referências bibliográficas / 313
Documentos eletrônicos / 330

 

 

 
 

 

   
   
      


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