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Matizes do entardecer: crônicas do cotidiano

Autor: Helena Rotta de Camargo
Págs.: 168
Edição: 1ª
Formato: 14x21 cm
Idioma: Português
Lançamento: 2011
ISBN: 9788589769853

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Texto de contracapa

Nessa trama
de fazer e refazer laços;

de enfiar os pés no lodo
e tingir os lábios de amora;

de aliciar o pensamento
e convertê-lo em prisioneiro da emoção,

vou esmerilhando a palavra,

a fim de fazer dela
minha parceira e intérprete.

Prefácio - Matizes do Entardecer (ou Sob a Máscara de Chrónos)

Paulo Monteiro,
historiador e membro da Academia Passo-Fundense de Letras.

Em 1842, o poeta francês Aloysius Bertand publicou o livro Gaspard de La Nuit. Charles Baudelaire, após reler muitas vezes a obra de seu compatriota, deu letra de forma, em 1869, aos seus Petits Poèmes em Prose, que exerceram larga influência entre nós, brasileiros, máxime  após  Missal (1893), Evocações  (1898),  de Cruz e Souza, e Canções sem Metro (1900), de Raul Pompeia.

Gaspard de La Nuit, em sua ampla recepção, colocou em cheque os gêneros e as formas literárias. Se “o gênero literário é uma instituição, como a Igreja, a Universidade e o Estado”, como escreveram René Wellek e Augustin Warren, em sua clássica Teoria Literária (Editorial Gredos, Madrid, cuarta edición, 1966, p. 271), Aloysius Bertrand está para a literatura como Copérnico está para a ciência ou Lutero para a religião.

Os verdadeiros estetas, muito raramente, possuem consciência do alcance real de suas obras. Essa é uma verdade superior e independente de qualquer juízo de valor, a que o crítico esteja obrigado, por imperativo ético.

Escritora experiente e experimentada, professora e especialista em Língua Portuguesa, Helena Rotta de Camargo adquiriu tal domínio da arte literária e do próprio idioma, que aparenta escrever com extrema naturalidade. Nada mais enganoso. Onde o apressado visitador de livros vê apenas xibiu, o leitor privilegiado, enrijecido às longas intempéries da leitura, encontrará um vasto manancial de pedras raras e preciosas. Ao não abusar das figuras literárias e retóricas, entre as quais destaco a personificação, Helena nos oferece uma prosa discreta, espontânea.

Da mesma forma, como a técnica literária da escritora em pauta nos engana, com sua “naturalidade”, com sua “espontaneidade”, o gênero e a forma, como aprendemos com os professores de Teoria Literária, acabam sendo revolucionados na “inconsciência” da criadora literária, que é a autora de Matizes do Entardecer – Crônicas do cotidiano –, cujo subtítulo me parece dispensável.

Soren Kierkegaard, de tanta influência sobre os filósofos que pensaram a Arte nos últimos cento e vinte anos, via nela três estágios diferentes: o estético, o ético e o religioso. Régis Jolivet, mestre de algumas gerações ao redor do globo, dissecou, filosoficamente, esses três círculos kierkegaardianos, em Introducción a Kierkegaard (Editorial Gredos, Madrid, 1950).

Já em nossa autora aqui apresentada, o ético e o religioso estão submetidos ao estético. Daí Eros (o amor) aparecer sob a máscara de Chrónos (o tempo), como no teatro grego.  Na presente obra, movimentam-se, ao fundo, as figuras de Mnemósina (a memória) e Tânatos (a morte) ou o entardecer, que  compõe o título do livro.  É nisso que consiste a essência do poema em prosa, que revolucionou a teoria dos gêneros e das formas, e tão bem se manifesta nos escritos da cronista e poeta, Helena Rotta de Camargo.

Posfácio

Eládio Weschenfelder
professor de Literatura Brasileira da Universidade de Passo Fundo.

Ao ler a antologia Matizes do Entardecer – Crônicas do cotidiano, de Helena Rotta de Camargo, lembro os diversos gêneros praticados pelo saudoso escritor, médico e jornalista Moacyr Scliar, o qual, no ensaio O Conto se Apresenta, ensina que, ficcionalmente, nos perpetuamos através de duas modalidades: pela voz, quando alguém fala da gente a partir das histórias dos livros que leu; pela escrita, nos sinais chamados letras, onde os contos, as reminiscências, os poemas e as crônicas aparecem em jornais, revistas e livros.

Evidentemente que não são crônicas sobre deuses e criaturas fantásticas, mas reflexões sobre a vida e gente comum, e, por isso mesmo, na maioria das vezes, são mais atraentes, interessantes e significativas para o leitor. Nesse sentido, o mundo ficcional é vasto e multissignificativo, sendo que, onde há o senso de observação, emoção e gente que sabe usar as palavras para transmitir ideias e emocionar as pessoas, existem escritores para escrever sobre pessoas, lugares, acontecimentos, frustrações, experiências e observações, como o faz muito bem a presente autora, na antologia Matizes do Entardecer – crônicas do cotidiano.

O termo crônica provém do grego chronikós (relativo ao tempo); do latim, chronica. No começo da era cristã, crônica designava uma lista ou relação de acontecimentos ordenados cronologicamente. Nesse gênero, o texto registrava os eventos sem, no entanto, aprofundar-se nas causas, situando-se entre os Anais e a História.

Assim, com o passar dos tempos, a crônica atingiu o ápice depois do século XII, em Portugal, na França, Inglaterra e Espanha, quando se aproximou da História, mostrando alguns “traços” de ficção literária. A partir do Renascimento, ela cedeu vez à História. No entanto, aos poucos, libertando-se da conotação histórica, o vocábulo passou a revestir-se de sentido literário a partir do século XIX, para finalmente, a partir do século XX, encontrar seu significado jornalístico, tal como a conhecemos nesse início do Terceiro Milênio.

Há vários tipos de crônica: social, policial, econômica, religiosa, filosófica, esportiva e cultural. O que é certo é que ela tem curta duração, pois, parente das atas e dos anais, fica desatualizada, aproximando-se muito ao texto histórico. Seu eixo temático gira em torno de uma realidade social, política, cultural e das contingências da vida. Essa mesma realidade é avaliada pelo(a) autor(a) da crônica e uma opinião é gerada, quase sempre com um tom de protesto, argumentação e reflexão. Esse tipo de crônica pode ser argumentativa, dispensando o uso da narração. Assim, é possível que se percam elementos típicos do gênero literário, como personagens, tempo, espaço e significação.

Não se pode confundir a crônica com outro gênero, como o conto. Se a crônica conta um fato comum do dia a dia, relatando o cotidiano da vida real das pessoas, o conto narra é uma história de caráter marcadamente literário, tendo comumente personagens, marcas de tempo e espaço, bem como situação inicial, complicação, clímax e desfecho.

Para Machado de Assis, a finalidade dos contos “é definir... coisas que não são especialmente do dia, ou de um certo dia”. Além de utilizar uma linguagem simples, direta, acessível e dinâmica, o conto é a narração de um fato inusitado, mas que pode ocorrer na vida das pessoas, embora não seja tão comum.

A crônica tem atraído leitores de todas as idades e níveis intelectuais, inclusive aqueles que não têm o costume de ler, ou que ainda estão começando a adquirir esse gosto. Não é um texto denso, que exija grande esforço intelectual para ser compreendido. Talvez seja por isso mesmo que é tão bem aceito em diversos tipos de meios de comunicação.

Lendo Matizes do Entardecer – Crônicas do cotidiano, de Helena Rotta de Camargo, é possível o estabelecimento de pontes com as crônicas produzidas por escritores que marcaram profundamente a literatura brasileira, como Fernando Sabino, Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, dentre tantos outros. Mergulhar, portanto, nas crônicas de Helena, é como ouvir a voz de alguém que fala dos acontecimentos do seu tempo, com o propósito de decifrar as significações de sua escrita.

Sumário

Prefácio: Matizes do Entardecer -
ou Sob a Máscara de Chrónos (Paulo Monteiro) /    09

1.  Saudar a vida /    15
2.  Uma bola, uma paixão /    16
3.  Ícone desfeito /    18
4.  Vida reciclada /    19
5.  Crônica do amor /    21
6.  De mulher para mulher /    22
7.  A caneta e o microfone /    23
8.  A grande virada /    25
9.  Amor em dose dupla /    26
10.  A ilha da paz /    27
11.  A lírica do sono /    29
12.  Sonâmbulos e apaixonados /    30
13.  O espelho /    32
14.  Um olhar sobre a cidade /    33
15.  Noite caudalosa /    35
16.  Bela e incompreendida /    36
17.  Meu Grupo Escolar /    38
18.  Os sonhos /    41
19.  Ouro em pó /    42
20.  Atração pelos extremos /    43
21.  A velha do rádio /    45
22.  Aviso de chegada /    46
23.  O casarão /    48
24.  Maré vazante /    49
25.  O rei malévolo /    50
26.  Gravidez tardia /    51
27.  Tempo de viver /    52
28.  Pai e filho /    54
29.  Encontro marcado /    55
30.  Ele, o caráter /    58
31.  Tragédia urbana /    60
32.  Obreira da linguagem /    61
33.  Ídolos /    62
34.  A nau dos desvalidos /    64
35.  Amigo Sol, madrinha Lua /    65
36.  Irmã de fé /    66
37.  Equívoco secular /    68
38.  Luz e treva /    69
39.  Um dia inesquecível /    70
40.  Festa de cores e sabores /    72
41.  A cisma do preconceito /    74
42.  O filho do demo /    76
43.  Pecados capitais /    77
44.  Pátria amada /    78
45.  O sétimo céu /    80
46.  O mal por excelência /    81
47.  O talismã /    82
48.  Só a liberdade salva /    83
49.  Estive no olho do furacão /    84
50.  O privilégio do trabalho /    86
51.  Espólio /    87
52.  Caminhos paralelos /    89
53.  Meu caso com um Fusca /    90
54.  Elos e flagelos /    92
55.  Enquanto as cigarras dormem /    93
56.  Gestações /    95
57.  Cúmplices do destino /    96
58.  Brotos da vida e da morte /    97
59.  Onde estava Deus? /    99
60.  Identidade cultural /    100
61.  Viver mais e melhor /    102
62.  Palavras /    104
63.  Razão e sentimento /    105
64.  Dimensão humana /    106
65.  Olhares noturnos /    108
66.  Um mal necessário /    109
67.  Conceitos e verdades /    110
68.  Fala, coração! /    111
69.  Pare, pense, decida! /    113
70.  A arte de escrever /    115
71.  O exemplo vem do céu /    117
72.  Revoadas e descobertas  /    118
73.  Casemiro, onde andará? /    120
74.  Parceiros e cúmplices /    121
75.  A arte em trânsito /    124
76.  Escola da vida /    125
77.  Roda d’água /    126
78.  Malquerença e benquerença /    127
79.  Conflito de gerações /    129
80.  Supremo dom /    130
81.  Voz do povo, voz de Deus /    132
82.  Testemunha da história /    133
83.  Em defesa de um mito /    135
84.  Ver para crer /    137
85.  Cápsula do tempo /    138
86.  Vá de retro, carcará! /    139
87.  Planejamento familiar /    140
88.  Crenças e crendices /    142
89.  Vida a dois /    144
90.  Uma reflexão filosófica /    145
91.  O saudosismo vai bem, obrigada! /    146
92.  Proezas da cumplicidade /    148
93.  O fazer poético /    149
94.  Foscas e brilhantes /    152
95.  Perfil feminino /    153
96.  Educar – obra de amor /    155
97.  O mistério da concepção /    157
98.  Noite nua e crua. /    158
99.  Crônica Natalina /    159

Posfácio (Eládio Weschenfelder) /    163

 

 
 

 

   
   
      


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