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Bando sem marca

Autor: Dilson Vargas Peixoto
Págs.: 260
Edição: 1ª
Formato: 14x21 cm
Idioma: Português
Lançamento: 2015
ISBN: 9788582000403

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Contracapa

Dja'on é um jovem que não sabe a própria idade, apesar de suas características físicas indicarem que está no início da fase adulta. Depois que a maioria de seu povo foi capturada por um império decadente, foi necessário formar um grupo de seres sem nação, ou "sem marca", para resgatar parentes e amigos.

Em sua jornada, Dja'on convive com outras culturas e espécies, aprendendo com as diferenças e indignando-se com certas condutas ainda praticadas por muitas comunidades. A criticidade do jovem vai se aprimorando a ponto de outra busca alagar seus pensamentos: a de uma vida social harmoniosa e consequentemente também a de explicações para o universo e a morte...

Essa "tripla" jornada de Dja'on pode ser facilmente aproximada às dúvidas e indignações contemporâneas... mas será que, tal como neste livro, é necessário um grande conflito para se repensar as velhas tradições e estabelecer novas bases socioculturais?

Abas

A história recente do mundo Kndarinano é repleta de destruição. Antigas civilizações se esfacelaram na Guerra do Caos, por conta de ambição e riquezas. A desconfiança passou a ser rotina para os sobreviventes que apenas tentavam viver em paz, pois os países e líderes já não eram mais vistos como a salvação, muito menos as religiões e ideologias.

Muitos grupos se tornaram "sem marca", repudiando e negando pertencer a qualquer nação. Esse é o caso do povo de Dja'on, que migra pela região desolada em busca de recursos e proteção contra quaisquer conflitos. Apesar de viver ao lado de seus consanguíneos, o jovem se sente melhor em suas andanças ao lado de uma raposa-escaladora, fiel amiga encontrada na mata.

Juntos de uma existência imaterial e mais outros indivíduos da espécie de Dja'on, eles formarão um bando para enfrentar as ambições expansionistas do General das Almas.

Apresentação

Dilson Vargas Peixoto,
o autor

O leitor está a poucas páginas de conhecer uma das histórias baseadas em meus escritos, que ainda guardo em casa, sobre novas culturas e sociedades. Esta obra transcorre em outro mundo, com outras espécies e consequentemente com outros povos. Mesmo permeados por sutis diferenças em relação aos humanos, o leitor poderá facilmente entender estes seres como de sua própria espécie, dotados de semelhanças físicas, fisiológicas e sociais... afinal, tudo está construído para ser uma inusitada analogia com os povos que conhecemos hoje em dia e para uma melhor interação com as críticas e propostas de criação de uma nova cultura e sociedade.

A palavra escrita é uma das melhores formas de expressar o que sentimos, o que desejamos. Então, escrevi uma ficção para conectar-me de forma mais aprazível com aquelas pessoas que enxergam além da "pura e bruta" vida cotidiana contemporânea, com todas as suas mazelas e descaminhos. Por isso procurei usar da criatividade e uma maneira que proporcione lazer, porém também criticidade.

É dessa maneira que pretendo entreter o leitor: ficção com reflexão, ao invés de apenas impor ideias. Assim, tornar-se-á evidente para alguns que um personagem é parte da existência de seu criador. Não é mera coincidência que Dja'on, personagem central deste livro, tenha um pensamento e uma visão de mundo tão semelhantes aos meus, sendo ele, confesso, a exposição dos meus pensamentos mais recônditos.

Dito isso, o que aqui está escrito, para quem concordar, pode ser até uma alternativa para viver-se em sociedade, muito embora não desejaria que aqueles que não se sentirem alocados no enredo simplesmente abandonassem a leitura sem ao menos chegar às páginas finais. Satisfação seria se um pedacinho qualquer deste livro promovesse um movimento nas outras formas de ver e de viver este nosso mundo.

O mais importante é que entendam o que puderem e façam o que desejarem com essas informações, sempre lembrando que não veio nenhuma criatura dos céus, nem mesmo dos confins da terra a mim. Não veio uma luz, tampouco um sonho dizendo o que eu deveria escrever. Isso é fruto apenas de observações sobre o funcionamento dos universos. Para tanto, utilizei do conhecimento humano, principalmente da ciência para ter alguma orientação, pois, apesar de ela ser uma interpretação ilusória da realidade e esta obra tratar-se de uma ficção, alguma realidade há em tudo isso, suficiente para instigar a mente. Bem por isso que o leitor vai notar vários rodapés ao longo do livro, um tanto incomum literariamente falando, mas bem justificados, pelo menos em minha experiência acadêmica.

Também, é claro, utilizei do conhecimento contido em crenças e religiões para dar mais base a algumas questões. Além disso, com íris de biólogo e criticidade de historiador, observei as criaturas e suas obras para adquirir mais algum conhecimento e alguma sabedoria. E, assim, com forte manifestação e vontade, eu escrevi o que aqui está.

Em síntese, creio já haver dito tudo o que se diz para apresentar um livro, podendo o leitor passar direto ao Capítulo I para começar a aventura. Porém, convido ainda para a leitura de mais algumas explicações sobre o porquê de o livro ter sido escrito dessa maneira:

Os seres (falo de tudo o que é dotado de vida na Terra) vivem de acordo com o funcionamento de seus organismos, suas adaptações e seus hormônios. Tanto as características físicas, quanto as bases de funcionamento dos organismos estão intimamente relacionadas às suas heranças, seus ancestrais e pequenas partes que lhes dão singularidades (genes e coisas afins).

Além disso, para o funcionamento adequado de um organismo, a nutrição torna-se outro fator essencial. Através da ingestão de elementos, um corpo mantém sua estrutura, sua coesão, suas percepções e desempenha ações. Assim, fatores físicos, químicos e biológicos explicam o funcionamento dos seres vivos, suas adaptações e até mesmo (podendo ser uma ideia ousada para alguns) as bases de seu comportamento. Porém, será que realmente tais fatores explicam quase plenamente os seres vivos, ou somos levados a acreditar que explicam?

O comportamento dos seres difere em muitos aspectos entre uma espécie e outra (se é que espécies realmente existem), dependendo de seus fatores íntimos (genótipo) e do ambiente onde vivem. Assim como um macho de pombinha (Columbina picui) canta para atrair fêmeas, o humano faz cultura. Ambas as ações são típicas de suas espécies, como que inseridas na existência de sua linhagem. Embora alguns acreditem que a cultura seja oriunda de um raciocínio, creio que ela seja oriunda da simples existência, algo que é natural e instintivo no ser humano, sendo o raciocínio parte desse instinto. Além disso, como ter certeza que outros animais não humanos não possuem cultura? Não possuem cultura porque algumas pessoas não a reconhecem ou não a percebem, embora haja pesquisas provando a existência de cultura em alguns macacos.

O simples ato de desenhar ou escrever um livro pode ser uma característica natural da espécie humana, algo de seu instinto que foi adquirido ao longo de muitos anos. Mesmo alguns afirmando que os humanos são racionais, pois têm uma inteligência superior e são capazes de pensamentos abstratos elaborados, eu não vejo por essa forma. Não há como afirmar que outros seres são incapazes de pensamento abstrato, pois não somos as outras espécies para saber como elas realmente pensam. Além disso, nossos critérios para classificar um pensamento abstrato podem ser muito limitados frente a gama da complexidade da vida.

Considerando a cultura um aspecto comportamental instintivo, o determinismo pode ser uma explicação atraente, já que os fatores genéticos e ambientais "ditam" o comportamento e a forma das espécies. Porém, às vezes esses determinismos são rompidos, gerando mutações, espécies novas e toda a diversidade de criaturas. Até mesmo as culturas humanas se modificam, algumas vezes lentamente e outras vezes bruscamente através de revoluções culturais.

Talvez essas modificações sejam apenas determinadas por fatores ambientais e genéticos, mas, também podem ser o rompimento da influência de tais fatores. Por que ficar determinado se é possível esquivar de tal influência? Poucos conseguem isso, já que esses poucos, acredito, são os que agem com vontade própria, e não vontade determinada.

Exemplos de humanos que praticaram esse rompimento não faltam: Siddhartha Gauthama, que excluiu o materialismo e deixou de lado parte de seu modo de vida; Nelson Mandela, que lutou por uma África do Sul mais justa, desejando romper com as diferenças entre negros e brancos; o povo hebreu de uma forma geral, que passou a adorar uma única divindade ao invés de muitas como era comum aos povos antigos; além de muitos casos, em nossas cidades, de pessoas consideradas "loucas" por não seguirem modas e não se deixarem levar pelas influências culturais.
Exemplos de animais não humanos que romperam com as influências são poucos. Isso talvez seja devido à pouca importância que os pesquisadores dão a "coisas fora do padrão" ou a falta de alguém que se interesse por elas. Todavia, eu conheço um exemplo desses, que ocorreu com a última ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) vivente livre na natureza. Este animal formou casal com uma ave de outra espécie: um maracanã-verdadeiro (Primolius maracana). Pode-se falar que devido a ser única, a ararinha-azul escolheu outra espécie disponível para formar um casal. Mas e o maracanã? Ele não é o único de sua espécie, então, porque aceitou a ararinha-azul como parceira? Isso não poderia ter sido um rompimento do determinismo e das influências que formam os "padrões"?

Embora o rompimento não seja total, pois o corpo necessita de algum determinismo genético e ambiental para existir, ele pode ser parcial. Assim, criaturas não alheias às suas próprias vontades e não alheias à sua natureza determinada atingem um equilíbrio, possibilitando entender que o universo é além do que é perceptível. Também, percebem que a existência pode ter sua forma modificada e até "expandida".

Em revoluções culturais o sentido é praticamente o mesmo: a cultura antiga, determinista dos gostos e comportamentos na sociedade, é questionada e rompida. Com isso, uma cultura nova substitui a antiga, apesar de ela ter influência de sua predecessora (já que a modificação total é bastante improvável). Então, a nova cultura torna-se outro fator determinante numa sociedade, refazendo um ciclo aparentemente infinito.

Por serem constituídas de criaturas hierárquicas, muitas sociedades humanas possuem indivíduos ou grupos dominantes. Geralmente esses grupos são quem "ditam" a cultura e os gostos, proporcionando-lhes melhor domínio sobre os demais. Dessa maneira, o determinismo social se mantém até seu questionamento e rompimento; ou até se tornar ineficiente em dominar, como exemplo da escrita.

A escrita poderia ter sido um aspecto cultural utilizado por parte da sociedade para exercer domínio (como alguns sacerdotes dos tempos antigos). Mas, a arte de escrever tornou-se tão difundida que, embora ainda seja uma forma de divergência social, não é um artefato de domínio tão poderoso como antes, já que muita gente sabe escrever e ler.

Por isso, utilizando da escrita, criei este livro, que intimamente pretende estimular a criticidade das pessoas e fazê-las perceberem que podem mudar sua cultura e sociedade. Assim, utilizo da própria cultura para querer "destruí-la" ou afastá-la. A melhor arma contra o inimigo é ele próprio.

***

Muito bem caros leitores... creio que tudo isso sirva para entenderem plenamente o que quero dizer com cada diálogo e ação dos persongens neste livro. Por isso, a indignação de Dja'on também é a minha própria.

Percebo que os humanos querem sempre algo: riqueza, consideração, cópula, força etc., mas nem sempre refletem se tudo isso é necessário e importante. Portanto, para poder criticar as sociedades humanas, inclusive a que eu nasci, tive que me considerar como um não humano. Pode parecer estranho, mas foi necessário.... A partir de então, comecei a observar as atitudes humanas e agregar suas interpretações de realidade (conhecimento) até perceber alguma explicação. Tal explicação da realidade (ou que eu senti e considerei como sendo a realidade) alertou minha mente, fazendo com que eu percebesse que deveria me afastar da vivência humana, renunciar ao eu e observar sem julgar...

Então, a minha indignação para com os humanos, que vem desde a infância, tornou-se mais acentuada. Com a mente alerta, pude usar melhor essa indignação e o sentimento de "há algo errado aqui". E assim comecei a perceber a necessidade de uma nova cultura, ou qualquer coisa que se assemelhe a uma maneira agradável de viver, apenas viver.

Foi necessário procurar em sociedades diferentes das que eu fui criado, inclusive nas religiões, na ciência e até mesmo em filosofias de vida. Fiz uma procura quase incessante e aparentemente infindável por uma vida equilibrada, com tudo o que gerasse harmonia: tribulações e não tribulações, dificuldades e facilidades, coisas desagradáveis e agradáveis.

Foi assim, com indignação e desejando harmonia na vida, que me foi proporcionada inspiração para escrever. Para mim, uma vida harmoniosa pode ser gerada através de uma mudança sociocultural, em que certos valores poderiam ser transformados, dicotomia de bem e mal extinta e um monte de privilégios extirpados.

Apesar de este livro preservar um resquício de "método científico", procurei narrar com a criticidade adequada para ser entendido.

Para mim, tanto a biologia quanto a história são maravilhosas e explicam muito do que somos e do que fomos. E, assim, tentei romper com parte dos determinismos e me considerei igual a qualquer forma de vida, nem superior nem inferior. Ao disponibilizar minhas ideias, que são baseadas em observações, sinto-me vivo e útil ao universo. Com isso, eu não apenas existo como uma forma qualquer, mas como alguém que alertou aos demais sobre uma existência além de suas percepções e gostos, além de suas considerações e ilusões.

Boa leitura!

Sumário

Apresentação / 9
Capítulo 1 - Sapiência / 19
Capítulo 2 - Acampamento  / 25
Capítulo 3 - No rastro imperial / 37
Capítulo 4 - Levantando acampamento / 42
Capítulo 5 - Ajudando o horror / 46
Capítulo 6 - Dominâncias / 50
Capítulo 7 - A espera / 56
Capítulo 8 - Sedução / 58
Capítulo 9 - Surpresa / 63
Capítulo 10 - Escombros / 68
Capítulo 11 - Na marcha imperial / 75
Capítulo 12 - Seguindo passos / 78
Capítulo 13 - Divisões imperiais / 86
Capítulo 14 - Desertor / 91
Capítulo 15 - Fora da estrada / 97
Capítulo 16 - Trato da doença / 103
Capítulo 17 - Tambores / 109
Capítulo 18 - Conhecendo outros / 117
Capítulo 19 - Vilarejo desafortunado / 121
Capítulo 20 - Criatura Bruxuleante / 124
Capítulo 21 - O Morro Vermelho / 129
Capítulo 22 - O segredo da mulher morta / 134
Capítulo 23 - Continuando viagem / 140
Capítulo 24 - A Floresta Grande / 146
Capítulo 25 - Alzum / 154
Capítulo 26 - A Fuga / 160
Capítulo 27 - Nova estratégia / 167
Capítulo 28 - Mais andanças / 170
Capítulo 29 - Encontros / 176
Capítulo 30 - Decisões / 184
Capítulo 31 - Integração com a floresta / 189
Capítulo 32 - Momento propício / 196
Capítulo 33 - Condutas desagradáveis / 209
Capítulo 34 - Agradecimentos e mapas / 216
Capítulo 35 - O abandono / 220
Capítulo 36 - Conversas / 222
Capítulo 37 - Nova formação sociocultural
(anotações de Ehserdo) / 227
Capítulo 38 - Vai Rkħbu! / 235
Capítulo 39 - O retorno dos viajantes / 240
Capítulo 40 - Outras decisões / 245
Capítulo 41 - Novas práticas socioculturais
(Outros escritos de Ehserdo) / 248
 Capítulo 42 - Por fim, o entendimento / 255

 

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