Texto de contracapa
Neste estudo, a autora aborda de forma brilhante as convergências e divergências na comunicação
social, com argumentos claros sobre os modos diversos que cientistas e jornalistas muitas vezes comunicam as novidades que se apresentam a cada dia, numa velocidade impressionante.
A abordagem, cujo objetivo é traçar um panorama histórico da comunicação da saúde e sua evolução, deixa claro o esforço da comunicação para legitimar uma interação com a saúde, cujo objetivo é difundir e compartilhar informações, conhecimentos e práticas que contribuam para melhorar o sistema de saúde e bem-estar da
população.
Diógenes Luiz Basegio
Professor Titular Doutor da Faculdade de Medicina da
Universidade de Passo Fundo; presidente da Federação Latino-Americana de
Mastologia (FLAM); presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia;
coordenador nacional da campanha "Câncer de Mama: Fique de Olho"
Texto de orelha
... O denso e sério trabalho que Sônia apresentou como sua
tese de doutorado agora é publicado. Seus méritos não são poucos. Compara os discursos da comunicação primária da saúde (interpares) com a da secundária (com o público).
Estes dois tipos de discurso têm aspectos convergentes e divergentes. Em verdade, e em certo sentido, cientistas e jornalistas (ou divulgadores) praticam em
suas respectivas profissões "culturas" que podem divergir em alguns pontos, o que pode ser verificado segundo determinados procedimentos analíticos.
Para dar conta deste fato, Sônia analisou dez pares de "artigos casados", cada par representado por um artigo de comunicação primária (revista especializada) e outro de comunicação secundária (mídia massiva) versando sempre sobre o tema de câncer de mama. Para isso, foram empregados diferentes procedimentos analíticos baseados em diferentes propostas teóricas: Agenda Setting, Análise de Enquadramento, teorias que se direcionam à mudança de
comportamento, ou seja, a Teoria do Aprendizado Social e a da Difusão de Inovações, Análise Semiótica etc.
Isaac Epstein,
Prof. Dr. e orientador de tese da
autora; docente do PósCom/UMESP
Apresentação
Conheci Sônia Bertol, se bem me lembro, numa tarde do ano de 2002, quando ela veio a São Paulo para conversarmos sobre seu interesse em fazer o doutorado. Desse curto encontro
resultou sua decisão de apresentar um projeto ao exame de seleção de candidatos ao doutorado na área de saúde do PósCom da Universidade Metodista.
Muitos ventos sopraram desde aquela tarde até a defesa
da sua tese no dia 28 de março de 2007. Muitas conversas com Sônia nas quais tanto orientei como fui orientado por sua seriedade, competência e, sobretudo, dedicação. Sônia, cursou com brilho
as disciplinas do curso, mas queria mais, queria aperfeiçoar-se num centro internacional de estudos sobre saúde. Pesquisou e localizou vários centros de excelência no campo de estudos de comunicação e saúde. Faltava localizar um co-orientador que aceitasse seu currículo e seu projeto para pedir a chamada "bolsa sanduíche" oferecida pela Capes. Conseguido um primeiro contato com Dr. Moyses Szklo, pesquisador epidemiologista muito conhecido e respeitado na Escola da Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins, foi sugerido como co-orientador da tese de Sônia o Dr. Rajiv Rimal, jovem e brilhante pesquisador vindo de Nova Deli.
O resultado foi o denso e sério trabalho que Sônia apresentou como sua tese de doutorado que agora é publicada. Seus méritos não são poucos. Compara os discursos da comunicação primária da saúde (interpares) com a da secundária (com o público).
Estes dois tipos de discurso têm aspectos convergentes e divergentes. Em verdade, e em certo sentido, cientistas e jornalistas (ou divulgadores) praticam em suas respectivas profissões "culturas" que podem divergir em alguns pontos, o que pode
ser verificado segundo determinados procedimentos analíticos.
Para dar conta deste fato, Sônia analisou dez pares de "artigos casados", cada par representado por um artigo de comunicação primária (revista especializada) e outro de comunicação secundária (mídia massiva) versando sempre sobre o tema de câncer de mama. Para isso, foram empregados diferentes procedimentos analíticos baseados em diferentes propostas teóricas: Agenda Setting, Análise de Enquadramento, teorias que
se direcionam à mudança de comportamento, ou seja, a Teoria do Aprendizado Social e a da Difusão de Inovações, análise semiótica etc.
Adicionando ao texto cópia de todas as matérias de comunicação primária e secundária analisadas, o mesmo se constituiu em rica fonte de ensinamentos e de informações sobre o campo da comunicação e saúde. Em suma, uma leitura obrigatória para pesquisadores e estudiosos do setor.
Isaac Epstein,
Prof. Dr. e orientador de tese da autora;
docente do PósCom/UMESP
Prefácio
Atualmente, qualquer material posto em mídia impressa apresenta dados ultrapassados pelo óbvio intervalo entre sua conclusão e publicação. Em oncologia, este é um problema ainda mais relevante em razão da crescente avalanche de atualizações,
sejam elas no aspecto de diagnóstico, prevenção ou tratamento, especialmente na área terapêutica dos medicamentos biológicos.
Um exemplo é o tema câncer de mama, que tem um significado
todo especial, pois envolve uma das partes mais importantes da mulher, e porque não dizer também do homem, ente envolvido no processo de um diagnóstico e em um tratamento muitas vezes
mutilante para sua companheira e mãe de seus filhos.
A fobia do câncer de mama, doença mais frequente nas
mulheres, o impacto do diagnóstico e das possíveis implicações que isto poderá acarretar, fazem do médico um ser especial para aquela mulher, pois de suas palavras estará surgindo uma
luz para alguém que se encontra nas sombras de uma doença ainda rodeada de tabus. O profissional deverá, portanto, estar preparado para, junto com a paciente, discutir quais as ações a
serem desenvolvidas.
Mas não é somente isto: o embasamento teórico do médico
e também da paciente deverá dar subsídios para firmar um elo de confiança entre ambos.
Neste estudo, a autora aborda de forma brilhante as convergências
e divergências na comunicação social, com argumentos claros sobre os modos diversos que cientistas e jornalistas muitas
vezes comunicam as novidades que se apresentam a cada dia, numa velocidade impressionante.
A abordagem, cujo objetivo é traçar um panorama histórico
da comunicação da saúde e sua evolução, deixa claro o esforço da mídia para legitimar uma interação com a saúde, cujo objetivoé difundir e compartilhar informações, conhecimentos e práticas
que contribuam para melhorar o sistema de saúde e bem-estar da população.
Concluir que as implicações das diferenças entre a comunicação
primária (interpares) e a secundária (público leigo) são muitas vezes convergentes, mas às vezes divergentes e que quando estas informações são esclarecidas e assimiladas fazem avançar
a comunicação na saúde, com resultado positivo no bem-estar da população (visto que a origem da doença está, fundamentalmente, onde se entrelaçam o biológico e o social), demonstram que a
autora se preocupou não somente com a forma com que esta informação chega aos profissionais da comunicação e da saúde, mas também com a direcionada à população leiga, muitas vezes carente de informações corretas, que possam contribuir para a redução de doenças prevalentes em nosso meio.
Diógenes Luiz Basegio
Professor Titular Doutor da Faculdade de Medicina da
Universidade de Passo Fundo; presidente da Federação Latino-Americana de
Mastologia (FLAM); presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia;
coordenador Nacional da campanha "Câncer de Mama: Fique de Olho"
Sumário
Apresentação
Isaac Epstein / 9
Prefácio
Diógenes Luiz Basegio / 11
1. O câncer de mama e a comunicação da saúde / 17
1.1 O encontro da comunicação com a saúde / 18
1.2 Câncer de Mama / 44
2. Matriz teórica / 49
2.1 Análise de Enquadramento / 50
2.2 Agenda Setting / 59
2.3 Teoria do Aprendizado Social / 65
2.4 Difusão de Inovações / 78
2.5 Semiótica / 88
2.6 Conceito de novidade / 98
3. Análise de textos / 109
3.1 “Socioeconomic risk factors for breast cancer”
“Does stress cause cancer? Probably not, research
find” / 118
3.2 “Recreational physical activity and the risk of
breast cancer in postmenopausal woman” “But will it stop cancer?” / 142
3.3 “Ductal lavage findings in women with known breast
cancer undergoing mastectomy” “Os tr iunfos sobre
o câncer de mama” / 156
3.4 “Achieving substantial changes in eating behavior
among women previously treated for breast cancer –
An overview of the intervention” “Estudo tenta
provar relação entre alimento e volta de câncer
de mama” / 166
3.5 “Sentinel node biopsy in breast cancer: early results
in 953 patients with negative sentinel node biopsy
and no axillary dissection” “Câncer de mama
deixará de matar, diz especialista” / 182
3.6 “Effect os screening and adjuvant therapy on
mortality from breast cancer” “Mammograms
validated as key in cancer fight” “Benefits of
breast x-rays are cited” / 194
3.7 “Does this pacient have a family history of cancer?”
“Estudo sobre histórico familiar pode prevenir
desenvolvimento do câncer de mama?” / 208
3.8 “Randomized trial of breast self-examination in
shangai: final results” “Autoexame da mama na
berlinda” / 218
3.9 “Breast self-examination and death from breast
cancer: a meta-analysis” “Toque não evita morte
por câncer da mama” / 230
3.10 “The Million Women Study: design and
charactheristics of the study population”
“New study links hormones to breast cancer risk” / 238
4. Considerações finais / 247
Capítulo especial:
5. Gravidez na adolescência na mídia impressa
(Sônia Bertol, Vanessa Lazzaretti, Ingra Costa e Silva) / 251
5.1 Comunicação da saúde / 258
5.2 Gravidez na adolescência / 262
5.3 Análise de conteúdo / 264
5.4 Análise de enquadramento / 266
5.5 Análise de dados / 270
5.6 Considerações finais / 271
Referências / 275
Anexos
Anexo 1 - The Million Women Study: design and
characteristics of the study population / 289
Anexo 2 - New study links hormones to breast
cancer risk / 290
Anexo 3 - Dados PubMed / 292
Anexo 4 - Dados Lexis Nexis / 293
Anexo 5 - Stanford Heart Disease Prevention Program / 294
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